Poupar ou gastar? Como fazer para administrar dinheiro

Sempre que entra aquele dinheirinho extra, surge aquela dúvida cruel: poupar ou gastar? Qual a melhor forma de administrar o dinheiro em tempos de inflação em que as coisas sobem frequentemente ? Conversamos com a Mestre em Economia e especialista em educação financeira , Karen Michels, para saber como resolver essa questão e fazer o nosso dinheiro render mais. Nos acompanhe neste texto e descubra como ter algumas noções de economia pode fazer toda diferença para saber a hora certa de gastar ou economizar. 

Nunca gaste mais do que você tem

Dizer para as pessoas que é importante primeiro ganhar o dinheiro, para só então gastar, para desnecessário, né? Mas saiba que muitos dos casos de dívidas acontecem justamente por isso: as pessoas gastam antes mesmo de receber! Isso acontece, principalmente, por dois motivos: uma compulsão por compras e a facilidade de parcelar em muitas vezes, e porque o poder o valor dos salários está cada vez menor e não dá nem para pagar o básico, com isso se torna necessário dividir as contas diárias em mais vezes. Nos dois casos, o problema é o mesmo: está se gastando o que ainda não se ganhou.

“Não gastar mais do que se ganha é o ideal”, explica Karen, que é especialista em Economia Internacional e Educação Financeira. Para ela, se houver possibilidade de poupar é excelente, mas mesmo quando não há, é necessário ter cuidado com o uso do crédito. “Em tempos de inflação, com os preços dos itens básicos – combustível, energia, luz, alimentos – aumentando, a tendência é que haja menos espaço no orçamento para poupar e até mesmo que se tenha a necessidade de diminuir os itens da lista de supermercado ou mudar algum hábito do dia a dia. Mesmo essas ações são melhores do que recorrer a produtos de crédito como cheque-especial, rotativo do cartão de crédito ou empréstimos pessoais”, aconselha. 

3 Dicas de como usar melhor o seu dinheiro

Quais são as principais dicas que as pessoas devem levar em conta para saber a hora certa de poupar ou gastar o dinheiro? Como organizar as finanças para equilibrar as contas? Fique atento às três dicas de ouro que a economista Karen nos deu.

Dica 1: Saiba exatamente quanto você tem para gastar por mês. 

O mais importante na para aprender a administrar seu dinheiro, segundo a assessora de investimentos é, antes de mais nada, saber o quanto você ganha e quais são seus custos fixos e variáveis. “Nos custos fixos somam-se as contas de mesmo valor todo mês, como luz, água, aluguel, internet, telefone. Já nos custos variáveis, somam-se as contas recorrentes, mas com valores diferentes a cada mês, é o caso dos valores usados no supermercado, abastecimento, passagens e uber”, destaca Karen

Dica 2: Se não está no orçamento, não pode ter juros

Outra dica que não pode ser esquecida é para quando for necessário incluir um gasto extra que não esteja no orçamento inicial. Nesses casos, Karen reforça a importância de evitar juros. “Quando for gastar algum valor fora do orçamento previsto escolha sempre a opção de pagamento sem juros, negocie desconto para pagamento à vista, mas principalmente, só compre se realmente for algo essencial. Opte por gastar com momentos que gerem memórias e não com objetos que tragam satisfação imediata”, pondera a especialista.

Dica 3: Mesmo que você não ganhe muito, aprenda a economizar

A terceira dica é aprender a poupar. Isso mesmo, procure reservar algum valor mensal para economizar. “Não importa quanto no início, o que importa é a recorrência, e que seja feito todos os meses”, afirma Karen. Segundo ela, o indicado é guardar entre 10 e 30% do que se ganha, mas esse valor pode mudar muito conforme a disponibilidade de cada um. “Os primeiros valores poupados devem ser guardados para o que chamamos de reserva de emergência, valor que precisa estar disponível em caso de um imprevisto. Dessa forma, em uma emergência não será necessário recorrer a empréstimos”, reforça a economista.

Saiba como poupar seu dinheiro

Apesar do prazer imediato que gastar dinheiro nos traz, pelo o que acompanhamos ao longo deste texto, principalmente para quem não tem uma renda muito alta, poupar é o melhor negócio para manter a saúde financeira das suas contas. Mas, fazer investimentos também pode ser uma forma de poupar dinheiro? 

“Fazer investimentos é sempre uma forma de poupar”, afirma Karen. Para a mestre em Economia, ao investir você deixa de gastar no presente para poder usufruir no futuro. “Fazer investimentos ao longo de todo o período que se recebe uma renda é uma garantia de um futuro mais tranquilo financeiramente. É preciso tanto poupar com recorrência quanto investir em ativos, que pelo menos rendam a inflação, ao longo dos anos, para que o poder de compra do valor poupado permaneça”, encerra Karen. Em resumo, vamos buscar poupar mais, investir em experiências e manter as finanças sempre em dia. 

Qual o melhor investimento: acumular experiências ou bens?

Em tempos em que tudo está tão caro e que é sempre preciso escolher, surge uma pergunta fatídica: é melhor acumular experiências ou bens? O que afinal tem mais valor? Qual é o melhor investimento para o futuro? Qual a escolha certa para investir o dinheiro? Essa opção depende de cada perfil? 

Conversamos sobre esse tema com a assessora de investimentos, Karen Michels, e tentamos desmistificar um pouco o assunto, para ajudar você a entender os prós e contras que cada escolha oferece. Vem com a gente!

Entenda o que cada escolha traz

Segundo a economista, não há uma resposta certa. “A escolha entre acumular experiências ou bens é muito particular e depende do estilo de vida de cada um. No entanto, normalmente, sustentar um estilo de vida com mais bens ocasionará um custo fixo e variável maior ao longo dos anos”, adverte Karen.

Para a especialista em Economia Internacional e Educação Financeira, acumular experiências traz a possibilidade de conhecer lugares diferentes, culturas diferentes, olhares diferentes sobre o mesmo assunto e autoconhecimento. Além disso, quem investe em experiências constrói mais memórias, sejam boas ou ruins. “Uma escolha é mais sobre ter coisas e a outra sobre fazer coisas. A dica para investir, em qualquer uma delas, é não ser impulsivo na escolha, pesquisar preços e se programar com antecedência”, aconselha.

E quem quiser investir em bens, qual a melhor opção?

Pensando na questão econômica, quem se identifica mais com o investimento em bens, deve ficar atento para adquirir bens que sirvam como uma forma de investimento e se valorizem ao longo dos anos, no entanto, sempre há riscos. Segundo a economista, o principal bem utilizado com intuito de investimento, desde muito tempo, são imóveis e terrenos. 

“Há uma tendência que imóveis e terrenos se valorizem com o passar dos anos, mas essa valorização pode não ocorrer e, enquanto você estiver com o imóvel ou terreno, ele gera custos e não é um investimento com liquidez. Ou seja, não é possível transformar ele em dinheiro de um dia para o outro”, comenta. 

Sobre os veículos, Karen afirma que não são considerados investimentos, mas, em alguns momentos da economia, pode haver valorização de carros e motos, por exemplo. “Normalmente é um bem que se desvaloriza com o passar dos anos e com uso, além de gerar custos de manutenção recorrentes, por isso é considerado como utilitário”, destaca.

E quem quiser investir em experiências, como escolher?

Se você já decidiu que acumular vivências é mais a sua praia, preste atenção nessas dicas. Listamos três tipos de experiências com algumas recomendações para cada uma delas: viagens, cursos e atividades de lazer. Veja o que você precisa levar em conta para que essas escolhas sejam um bom investimento.

Opção 1 – Viagens

Programar sua viagem é o primeiro passo. Isto significa definir o estilo de viagem que deseja fazer. “Planeje com antecedência, pesquise as opções de acomodações, veja se algum site gera descontos, monte um roteiro, pense nas despesas com locomoção, reserve um valor para fazer algo diferente onde quer que escolha ir”, sugere Karen. 

Outra dica da economista é, na hora de se alimentar, mesclar os estilos. “Opte por fazer algumas refeições mais simples em detrimento de algumas em restaurantes mais conceituados”, recomenda. Outra forma de viajar com economia é evitar a alta temporada, o que costuma reduzir os custos de acomodação e passagens. “Faça tudo com tempo antes da viagem, para poder tomar as melhores decisões e, com ela toda programada, não precisar se preocupar com os gastos, pois já estará tudo organizado. E, por último, coloque um orçamento máximo e não passe dele por nada”, enfatiza.

Opção 2 – Cursos

Sobre os cursos, antes de mais nada, é necessário pensar qual o objetivo ao fazer essa formação? O que trará de benefícios pessoais e profissionais?  De acordo com a assessora de investimentos, se o intuito da formação é o aprimoramento profissional, após a conclusão do curso, o resultado deve ser um aumento de receita, seja como salário ou pró-labore. “Nesse tipo de formação, acredito que pode haver um gasto maior, pois trará um diferencial frente ao mercado. Isso vale para um curso de línguas também”, destaca.

Já para cursos mais lúdicos, com objetivo de aprender uma atividade nova ou de entretenimento, para a mestre em Economia, a melhor opção é investir é quando você tiver tempo livre e quando não for comprometer muito do orçamento. “Caso contrário, você gasta dinheiro, não aproveita o conhecimento e ainda pode se estressar por gastar sem usar, o que acontece com mais frequência do que admitimos”, pontua. Além disso, a partir dos 45 anos, viver uma experiência nova, como a de aprender um instrumento musical, um esporte ou uma língua adicional, ajuda na prevenção do Alzheimer.

Opção 3 –  Atividades de lazer 

As atividades de lazer em geral são muito importantes para diminuir o estresse e trazer bem-estar, e devem estar contempladas em todos os estilos de vida. Dependendo do perfil de cada pessoa, ela irá optar por uma programação diferente, seja ir ao cinema ou a um bar.

Conclusão: onde é melhor investir?

O que é economia?

Você já se perguntou o que é economia? Como ela funciona? E qual a importância de entendermos mais sobre esse assunto? Conversamos com a professora Patrícia Palermo, doutora em Economia Aplicada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sobre o tema para entender como a economia está ligada às nossas escolhas. Vem com a gente e saiba mais sobre esse assunto.

Desvendando o que significa economia

A economia é uma ciência que consiste na análise da produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Ou seja, é o estudo das escolhas dos indivíduos e do que possibilita a compatibilidade nas escolhas de todos. Além disso, é a ciência social que estuda a aplicação da teoria econômica, tendo, na gestão, a sua aplicabilidade prática. 

“Economia diz respeito a entender como se processam escolhas, a avaliar possibilidades, a medir custos e benefícios. Isso faz parte do nosso dia a dia, desde o momento que acordamos até a hora de ir dormir. No momento em que sabemos avaliar melhor as possibilidades, fazemos escolhas melhores, e todo mundo ganha com isso”, explica Patrícia.

Por isso, estar atento à situação econômica do país e do mundo faz toda a diferença na hora de tomar decisões e escolher como economizar e no que gastar o dinheiro, ou como investir melhor para ter retorno financeiro no futuro. Desde escolhas simples, como aplicar capital em viagens ou na aquisição de um carro, passam, ou deveriam passar, por uma análise das finanças pessoais e pelo entendimento da economia.

A economia e suas divisões

Os modelos e técnicas usados na economia evoluíram muito nas últimas décadas. Hoje, se entende a economia dividida em dois grandes eixos principais: a microeconomia, que estuda os comportamentos individuais, e a macroeconomia, que estuda o resultado agregado dos vários comportamentos individuais. 

Na microeconomia, um dos assuntos mais estudados é a lei da oferta e da procura, já que essa é uma questão que tem impacto direto na formação dos preços. Todas as vezes que escolhemos comprar algum item, em detrimento de outro, estamos fazendo microeconomia. São decisões que parecem pequenas, mas que são relevantes quando pensamos no todo.

A macroeconomia é sobre a economia como um todo e estuda a estrutura, o desempenho, o comportamento e a tomada de decisão coletiva, em vez de se focar nos mercados individuais. Ou seja, é o setor que analisa os aspectos microeconômicos de forma conjunta. Isso implica em estar atento a uma variedade de fenômenos em toda a economia como por exemplo o índice de inflação, a taxa de crescimento da renda nacional e do desemprego, e o PIB (Produto Interno Bruto).

Tanto a microeconomia quanto a macroeconomia, estão diretamente ligadas às nossas escolhas. Viu como nossas decisões interferem na economia mais do que a gente imagina?

O que é básico saber sobre economia?

Segundo Patrícia, existem aspectos sobre economia que todo mundo deveria saber. Para a professora, são esses os ensinamentos fundamentais que são apresentados a todos os alunos nas primeiras aulas de economia. “É fundamental entender como as pessoas tomam decisões. É importante entender que as pessoas enfrentam dilemas, o que imputa a necessidade de escolhas, na maioria das vezes motivadas pela escassez”, avalia. 

De acordo com a doutora em economia, quando escolhemos alguma coisa precisamos abrir mão de outra, e dentro do nosso universo de opções, são os estímulos que nos farão escolher investir em um curso, numa atividade de lazer ou em uma roupa nova. “Precisamos todos ter claro que indivíduos reagem a incentivos”, afirma.

Por que consumimos da forma como consumimos?

São nossos desejos que nos fazem consumir, e precisamos estar atentos às nossas escolhas para gastar de forma consciente, avaliando quais são os pontos em que devemos gastar e no que é possível economizar.

Uma dica de ouro para fazer boas aquisições e não colocar dinheiro fora, é avaliar seus investimentos e não comprar impulsionado por algum desejo momentâneo. Para garantir o sucesso de escolhas bem feitas, é importante  enumerar seus gastos em ordem de prioridade e cortar as despesas desnecessárias. 

Quando falamos em consumo impulsionado pelo desejo, gastos com educação, por exemplo, não estão na lista, já que são investimentos que gerarão frutos no futuro. Logo, devem ser priorizados sempre. Já as idas frequentes a cinemas, restaurantes ou pedidos em aplicativos como iFood, durante a semana, podem ser diminuídos, por quem busca economizar, porque representam um gasto considerável no final do mês.

Mais sobre nossas escolhas e economia

Se você fizer uma lista de prioridades, será mais fácil fazer boas escolhas na hora de investir seu dinheiro. Ou seja, os itens que ficarem mais para o final da lista devem ser avaliados e podem ser cortados, porque podem ser considerados gastos supérfluos. Embora a definição de quais despesas são mais relevantes seja uma opção muito pessoal, a partir desse movimento de buscar entender por que consumimos, você estará economizando dinheiro e investindo em boas escolhas.

Preço e consumo: o que é e como essa relação mudou depois da pandemia

Se o produto que eu tenho interesse em comprar for do interesse de muitas pessoas, ele pode ficar mais caro? Sim, oferta e demanda balizam parte do preço de tudo que podemos consumir. Mas você sabe no que consistem esses dois conceitos elaborados por Adam Smith ainda na economia clássica?

O que é oferta? E o que é demanda

Pela definição clássica de Adam Smith, oferta é a quantidade de um produto, ou serviço, que as empresas querem – ou podem – vender. Já demanda, é a quantidade desses produtos ou serviços que as pessoas estão dispostas a adquirir.  Segundo o economista Rogério Tolfo, uma forma de entender bem esse movimento de mercado é observarmos os produtos agrícolas. “Quando uma fruta está na entressafra, os preços aumentam. Quando chega a colheita, os preços diminuem, simplesmente, porque há muita fruta disponível”.  

Como a pandemia impactou a oferta e demanda?

A pandemia demarcou essa realidade, com cara de sazonalidade, para vários setores da indústria. O mercado automotivo e moveleiro, por exemplo, foram muito afetados e não há previsão de mudança de cenário. Mas o que aconteceu?

Durante os quase dois anos pandêmicos, as indústrias desaceleraram suas produções. Quando a vacina chegou e a mortalidade começou a baixar, a retomada veio com força. Porém, a demanda por matéria-prima veio de todos os lados e a oferta não se estabilizou, como se imaginava. “Isso acabou elevando o custo de produção. A concorrência pela matéria-prima aumentou e os preços aumentaram”, explica Tolfo. Ou seja, a urgência por insumos na indústria antecipou uma balança de oferta e demanda que nem chegou para a intervenção do consumidor final no jogo do mercado. E, embora os preços dos bens de consumo tenham aumentado, não quer dizer que as empresas estejam lucrando mais. Afinal, o custo de produção cresceu, mas a margem de lucro pode ter continuado exatamente como antes dessas mudanças.   

Qual é o papel do consumidor nesse cenário?

E será que, em pleno século 21, os consumidores ainda têm poder de modificar o mercado? De empurrar os preços para baixo? Para Rogério Tolfo, isso depende do senso coletivo de cada sociedade. “Se está caro, não vou comprar. A gasolina está acima de 7 reais, então, vou circular menos de carro”, sugere o especialista. No entanto, para ele, o que se percebe no Brasil é que a média da população acaba agindo de uma forma diferente. “Se os consumidores conseguem pagar a gasolina no cartão de crédito e adiar o pagamento para o mês seguinte, continuam com a sua rotina inalterada”, explica Tolfo.  Outro exemplo é que, mesmo com uma alta de 30% nos preços dos eletrodomésticos, a maioria das pessoas não posterga seu sonho de comprar uma televisão. Pagam o valor de duas televisões em 24 parcelas. No nosso país, há uma preferência nítida por esse tipo de aquisição. “Talvez fosse mais difícil ter essa postura em relação aos alimentos, mas em termos de bens de consumo duráveis, a população teria esse poder. Porém, o que se vê é fila de espera na compra de carros”, pondera o economista. De qualquer forma, essa é uma avaliação que não julga certo e errado. É apenas uma constatação de um perfil, das características do mercado nacional. 

E como fica o dia a dia do consumidor brasileiro?

A população poderia tomar algumas medidas coletivas combinadas para tentar conter o aumento de preços. Mas nesse pós-pandemia, vivemos em um cenário que outras variáveis aparecem. Uma delas é muito importante e conhecida das gerações mais velhas: a inflação. “Estamos em um momento de perda de valor de renda. Ou seja, aquele salário que o profissional ganhava já não consegue mais comprar o que comprava antes. E essa inflação é interessante porque, no meu entendimento, ela não tem relação com a demanda, salvo o setor de alimentos”, analisa Tolfo.

Segundo o economista, não é porque estamos em um momento de maior demanda na média dos segmentos e sim porque ficou mais caro produzir. Isso impacta no preço final. “Então, a sensação que estamos tendo de que está tudo mais caro, é porque tudo está mais caro mesmo”, ratifica. E se a renda não acompanha a elevação de preços, a consequência é óbvia: perde valor. 

Com a desvalorização da moeda nacional, outra questão surge para dificultar ainda mais a vida dos brasileiros: a exportação. O Brasil é um exportador de vários produtos, mas vamos focar nos produtos alimentícios. Então, se uma empresa tem a possibilidade de exportar em dólar, talvez seja uma estratégia mais interessante para ela do que vender no mercado interno”, explica Rogério.

De acordo com o especialista, a carne representa bem isso. “A China estava comprando bastante do Brasil e havia uma escassez de carne ajustada para o mercado, juntamente com o preço lá em cima. Quando a China diminuiu a demanda, aumentou a oferta para o mercado interno e caiu o preço no Brasil”, afirma. 

Em seguida, a China pode retomar as compras e tudo pode mudar novamente. Ou seja, a globalização dos mercados e a inserção de produtos no mercado internacional acabam gerando esse tipo de situação. O que resta ao consumidor brasileiro é refletir, ponderar, avaliar suas demandas pessoais – e da sua família – para adaptar, semana após semana, dia após dia, a sua lista de compras.